RELATÓRIO DOS ENGENHOS DO SÉCULO XIX
Essa
excursão foi ministrada pelo Dr. Antônio Lindvaldo, membro do departamento de
História da Universidade Federal de Sergipe, cujo, o objetivo seria tentar
compreender o ciclo econômico e os conflitos sociais do vale do Cotinguiba no
final do século XIX. Através desta viagem nós tivemos a oportunidade de conhecer
alguns símbolos arquitetônicos deste período analisado. A excursão aconteceu no
dia três de agosto, nós, alunos do professor Lindvaldo, temas de História de Sergipe
II, saímos da UFS ás 7:00 e retornamos por volta das 5:30 em Aracaju. O
objetivo foi tentar compreender o ciclo da cana de açúcar e a importância dos
rios e das ferrovias no seu escoamento. Através da viagem notificamos que os
engenhos observados estavam sempre em locais estratégicos – nos altos das
terras – e suas respectivas construções implicavam na destruição das árvores
para a aquisição da madeira.
O nosso segundo roteiro foi o Engenho pedras, que teve grande importância no surto econômico da cana-de-açúcar no vale do continguiba. Apesar da sua importância histórica, infelizmente, a sua mansão encontra-se em verdadeiro estado de depredação.
De
acordo com a explanação da mestranda Priscila este engenho possuía quatro
outros engenhos agregado- Unha de gato, Vitória, Maria teles e São Joaquim (que
não existem mais). Antes de as suas moendas serem movidas a vapor, o que aconteceu
nas ultimas décadas do século XIX, Pedras era um engenho “banguê”, movido a
cavalo. Contam que foi o engenho que mais possuiu escravos em Sergipe, chegando
a 129, no ano de 1866. Provavelmente a monumental casa grande só foi construída
no final do século XIX na posse de Sr. Gonçalo Vieira Mello Prado que também
estancou o seu declínio.
A
arquitetura do engenho é composta pela casa grande (que foi uma imitação do
palácio do governo); de pequenas casinhas de alvenaria que abrigavam os
escravos, cujo, o intuito dessas construções seria garantir a reprodução dos
escravos e por uma Capela.
O
nosso terceiro roteiro foi o engenho Paty, localizado em Rosário do Catete, que
foi onde residiu Leandro Maciel, cuja Petrobrás queria demolir. Apesar da
intensa preservação e da paisagem bucólica, o engenho Paty foi palco de um
conflito sangrento provocado por uma rebelião de escravos, cujo fim, culminou
com a morte do feitor.
O
quarto Roteiro foi o engenho Serra negra, cuja indústria não era suntuosa, mas,
rivalizava com o engenho Paty.
O
quinto roteiro foi o Engenho Santa Bárbara, localizado em Carmópolis, que
tiveram como donos em 1832, o Sr. Teothônio Correia Dantas, casado com D.Clara
Angélica de Menezes. O Engenho é dividido em Santa Bárbara de Cima e Santa
Barbara de baixo. Nesta, nós tivemos a oportunidade de observar a casa Grande
que ainda permanece de pé, mas, encontra-se sem uso e em avançado grau de
deterioração e as ruínas da chaminé. A casa da Santa Barbara de Cima, onde nasceu
João Gomes de Mello, o Barão de maruim, não existe mais.
Na
década de 70 esse engenho era considerado como um dos mais belos e atraía as
atenções que qualquer viajante que por ali passava. É lamentável que uma das
arquiteturas mais férteis do século XIX esteja em completa deterioração e sem
nenhuma restauração.
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